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Oh captain! My captain!

" But only in their dreams can men be truly free. 'Twas always thus, and always thus will be."

Oh captain! My captain!

" But only in their dreams can men be truly free. 'Twas always thus, and always thus will be."

Qua | 23.03.16

6. Livro mais curto que já leste

A leitura deste livro foi uma coisa curiosa. Aconteceu num belo dia, em que estava na companhia do meu querido namorado, numa Bertrand. Estávamos nuns sofás da loja, que permitem que os clientes estejam a folhear os livros e revistas. Uma vez que o meu namorado estava aficionado numa revista, decidi deambular um bocado pela loja à procura de algum livro que me chamasse à atenção. Deparei-me com o Gratidão do Oliver Sacks.

Já tinha ouvido falar deste senhor várias vezes e a curiosidade de ler alguma coisa dele já existe há muito tempo, então peguei no livro. Primeiro, fiquei surpreendida por o livro ser tão fino e pequeno, mas depois compreendi o motivo. Basicamente este livro é  um conjunto de cinco ensaios que o Oliver Sacks escreveu quando descobriu que tinha uma doença fatal e que lhe restava muito pouco tempo de vida (meses, na verdade). Conquistou de imediato a minha atenção. Sentei-me ao lado do meu fofinho e, quando dei por ela, estava na última página. Arrepiada com a intensidade dos ensaios de Sacks, completamente maravilhada com a sua escrita, mas sobretudo com a sua postura perante a finitude da vida. A morte intriga-me. Aliás, acho que intriga todos os seres humanos, que somos seres conscientes e sabemos que a nossa existência não é eterna e um dia, a morte tocar-no-á. O Oliver Sacks também o sabia, mas enfrentou a fatalidade que o confrontou com uma enorme dignidade e coragem. Olhos nos olhos, sem deixar que o medo o paralisasse perante a última oportunidade que a vida lhe estava a oferecer. Ainda que a descoberta de uma doença na fase terminal seja um acontecimento avassalador, porque basicamente apressa a nossa ânsia de viver, dado que sabemos que o prazo de validade se encurtou drasticamente, também é uma oportunidade para focar a atenção no que realmente importa e nos faz felizes. Foi o que Sacks fez. Grandiosamente, como ele sempre foi.

Portanto, este foi o último livro que li e também o mais curto (penso que não tem mais do que 45 páginas). Foi também o livro que li de forma mais descarada, dado que o fiz na livraria e no final não o comprei. Mas, depois de ler esta obra de Sacks, uma pessoa fica com vontade de viver no limite.