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Oh captain! My captain!

" But only in their dreams can men be truly free. 'Twas always thus, and always thus will be."

Oh captain! My captain!

" But only in their dreams can men be truly free. 'Twas always thus, and always thus will be."

Ter | 06.12.16

Captain à vista?

Eu até tenho vergonha de voltar a aparecer por estas bandas, de me sentar em frente a este painel branco e pressionar as teclas do teclado ... e dar notícias minhas! É verdade, meus queridos amigos, estive ausente e, felizmente, não foi por nenhum motivo menos bom, pelo contrário! Acontece que este ano comecei o meu estágio curricular e estes meses de ausência foram, na verdade, meses de adaptação a uma nova realidade, a um desafio enorme que, apesar de me estar a dar muito gozo, também me está a consumir muito tempo. E é sobre isto que vou mesmo começar por falar neste post.

O estágio era aquela etapa do curso que eu, assim como muitos dos meus amigos da faculdade, ambicionávamos, ansiávamos. É aquele momento em que, finalmente, metemos as mãos na massa, passamos da teoria dos livros para a beleza (e surpresa) da prática e, no fundo, percebemos se estes anos de estudo dão alguns frutos e se gostamos mesmo disto ou não. No meu caso, estou a gostar muito do meu estágio, o que não significa que este seja perfeito, que não é. Mas tem sido um desafio que me tem feito crescer muito, pois obriga-me, constantemente, a sair da minha zona de conforto, a testar as minhas capacidades, a desafiar-me e provar a mim mesma que consigo superar-me. Tenho conhecido muitas pessoas fantásticas, tenho-me cruzado com realidades muito diferentes da minha, mas que me deixam sempre a refletir. Sinto que estou a crescer e que, nestes últimos tempos, tenho levado uma "chapada" de humildade. Digo isto porque andei uns tempos na minha vida em que me sentia invencível. Não que me sentisse melhor que os outros ou capaz de tudo, mas sentia que nada me podia realmente destabilizar e que havia em mim força e determinação. E embora fosse bom sentir toda essa força, por outro lado, às vezes fazia-me ser mais distante e fria face aos problemas dos outros. Facilmente opinava, achava que se fosse comigo a história seria outra e que não faria assim, faria assado. No entanto, tenho vindo a ser colocada no meu lugar, digamos assim. Porque tenho aprendido que, de facto, a vida nos troca muito as voltas e que se hoje temos o mundo a nossos pés, amanhã podemos ser nós debaixo dele. As coisas frequentemente mudam, trocam de sentidos e confundem-nos. Achar que somos invencíveis, que podemos passar por tudo, fazendo fintas, dando saltos, ultrapassando barreiras é viver enganado. Não estou a ser pessimista, pelo contrário, acredito que em todos nós há força capaz de nos fazer transformar, crescer e que todos os dissabores são oportunidades únicas de desenvolvimento, se assim o quisermos. O que eu acho é que não se pode viver numa bolha, como eu sentia que estava a viver, em que tudo nos parece colorido, que para tudo há uma opinião e achar que as coisas nunca nos vão "calhar" a nós. Às vezes somos nós que estamos na berlinda, que descobrimos medos, que temos de viver as tempestades. Isto pode parecer assustador, mas também é incrível e pode ser uma jornada de auto-conhecimento fantástica.

É isto que eu tenho vivido. Ando a descobrir-me, a conhecer-me melhor; a perceber que podemos temer coisas, podemos ter receios e podemos, ainda mais, partilha-los, senti-los, porque não faz de nós fracos, frágeis ou vulneráveis. Faz-nos humanos. Dou por mim interessada em técnicas de meditação, a descobrir o bom de viver no aqui e agora, pondo os pensamentos de ontem e amanhã em standby. Tem sido bom, mas é um exercício quotidiano, este de nos conhecermos, de entendermos o que nos faz felizes, o que nos entristece, o que nos é indiferente e não faz falta.

O estágio tem sido uma boa oportunidade para trilhar este caminho, porque constantemente sou confrontada com novos universos, tão diferentes do meu, que me deixam surpreendida em compreender como, perante o mesmo acontecimento, reagimos, cada um de nós, de forma tão diferente e única. Um estímulo, mil reações, mil respostas.

Nunca abandonei realmente este cantinho. Nem o poderia fazer. Aqui sinto-me em casa. Na escrita encontro o meu sentido, a minha liberdade e a minha forma de expressão. Aquilo que nem sempre digo, escrevo sempre. Deposito nas palavras as emoções, os pensamentos, as memórias, os sonhos, tudo. Este cantinho é como um diário pessoal com vários departamentos, onde vou escrevendo ao sabor do que sinto e do que necessito. É verdade que me ausentei, mas a vida fora deste painel chamou-me e tive de me apresentar ao serviço. Mas cá estou, novamente, pronta para me dedicar a este blog (agora com um ar fresco) e a todos vocês, meus queridos companheiros de viagem, que apesar de já me acharem perdida em combate, sei que continuam desse lado, muitos de vocês com os vossos cantinhos também, dos quais tenho saudades.

Ah! Como é bom estar de volta! :)

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