13. Livro em cujo universo habitarias
Nunca gostei muito de livros de fantasia, estilo Harry Potter ou Senhor dos Anéis, por exemplo. Sempre tive dificuldade em entrar dentro daquele mundo fantasioso, com os cenários mais mirabolantes (no bom sentido) possíveis e, como tal, o meu interesse literário, salvo raras excepções, nunca seguiu muito estas tendências. Por isso, o livro que vou escolher para esta categoria não é um livro com um universo paralelo, tipo Hogwarts, mas sim um universo real, possível e palpável.
Posto isto, decidi que o universo onde gostaria muitíssimo de habituar seria o do livro Quando Nietzche chorou do (mais uma vez) Irvin Yalom. Este é o grande best-seller deste escritor e um livro do qual gosto bastante, ainda que não seja o meu preferido da sua autoria. Mas é, sem dúvida, uma excelente narrativa que cruza dois grandes nomes, de diferentes áreas, da história: Josef Breuer e Friedrich Nietzche. E porquê que optei por este universo? Esta história tem como pano de fundo Viena do século XIX, reunindo assim uma cidade e uma época muito ricas no meu entender. Viena é uma cidade que está no meu top 3 de sítios a visitar. Desde que vi o Before Sunrise (do qual falei brevemente aqui), que nasceu em mim a curiosidade, o desejo de conhecer e descobrir esta cidade pelos meus próprios olhos e pés. E o século XIX é capaz de ter sido uma das épocas com maior produção de conhecimento e avanço de mentalidades de sempre. Aliás, nesta obra, conhecemos, para além das duas personagens que vos referi anteriormente, o Freud, ainda muito novo e estudante de medicina, mas já muito curioso e empolgado com as questões dos limites da consciência, da existência de uma estrutura inconsciente e do poder enigmático dos sonhos. Foi, portanto, uma época onde a psicanálise estava prestes a nascer e romper num mundo conservador, não preparado para ouvir falar de impulsos sexuais e forças inconscientes. Só de imaginar estar no berço de uma das maiores teorias da psicologia, no momento do seu nascimento, com os seus mentores e todos os casos explorados, deixa-me tão desejosa de ter uma máquina do tempo e viajar até esses tempos remotos.
Talvez pela descrição que o Yalom faz de Viena naquela altura, de todos os hábitos e costumes, fiquei intrigada e conquistada pela maneira de viver neste universo passado. E, precisamente por isto, optaria por habitar neste local, neste tempo. Eu sei, é um bocadinho desapontante quando comparado com universos mais ricos, mágicos e fantasiosos, mas é a minha fantasia, à minha maneira :)