27. Personagem literária favorita
Quando vi esta categoria, veio-me logo à memória uma personagem que adorei desde o momento que a "conheci". Já li este livro há muito tempo, mas releio-o sempre que posso. Já devem ter reparado que eu tenho esta mania de reler muitas vezes os livros, mas na verdade quando gosto de uma história, ao fim de determinado tempo sinto sempre saudades e tenho de regressar até ela para matar a nostalgia.
O livro do qual vos falo é o A pensar em ti da Jill Mansell e a minha personagem preferida é a protagonista da história, a Ginny Holland. O livro, em si, é um romance cheio de piada, com imensos acontecimentos que nos fazem rir, mas também com pontos altos nos quais o nosso coração se confunde com o da protagonista e começa a bater a um ritmo descompassado. A Ginny é uma senhora que vocês têm, simplesmente!, de conhecer. Não querendo dar muitos detalhes da narrativa, posso contar-vos que Ginny vê a sua única filha a ir para a universidade e, como tal, fica com o síndrome do ninho vazio. Tal torna-se mais evidente porque Ginny é divorciada (um divórcio muito amigável) e tem, assim, a casa toda só para si e para a sua solidão. Mas esta é uma mulher extremamente activa e dinâmica, que rapidamente vai tentar ocupar-se e é precisamente nesta necessidade de viragem, de recomeço que as suas aventuras começam. É uma pessoa bondosa, inocente, muito divertida (e distraída!) e apaixonada, que se entrega aos outros por completo. E, precisamente por isso, acaba quase sempre por entrar em confusões! Gostei de imediato desta personagem porque encontrei muitas semelhanças com a minha maneira de ser, acabando por me projectar um bocado na própria Ginny. Ok, não sou divorciada nem tenho filhos, mas senti uma rápida empatia com esta personagem que, por ver sempre o mundo muito colorido, acaba por ser levada pelos outros, o que também me acontece algumas vezes. Além disso, espera sempre o melhor das pessoas, tal como eu, o que a leva a interpretar determinados comportamentos e atitudes como benignos, quando as verdadeiras intenções nem sempre são tão inocentes como parecem.
Muitas vezes lembro-me desta personagem pela sua veia cómica, leve, apaixonada e única. Não é uma daquelas personagens complexas, incrivelmente bem desenhada e construída e acho que é precisamente pela sua simplicidade que acabei por gostar tanto dela. Porque é, efectivamente, fácil gostar dela e acabar por sofrer consigo todas as peripécias que lhe acontecem!