Maravilhada.
- Uau - disse ele. - Agora é que disseste bem. O vazio sem esperança. Diabos, montes de gente está na parte vazia. Lá onde eu trabalhava, na costa, era só do que nós falávamos. Sentávamos por ali a falar do vazio a noite toda. Mas, nunca ninguém disse que não tinha esperança; era aí que nos acagaçávamos. Porque talvez seja preciso uma certa dose de coragem para ver o vazio, mas é preciso muito mais para se ver que não tem esperança. E acho que quando se vê realmente que não tem esperança, é quando não há mais nada a fazer a não ser ir embora. Se se puder.
Revolutionary Road, Richard Yates, p. 166
Juro-vos que quando terminar, escreverei uma crítica à séria e consistente. Mas, neste momento, só consigo surpreender-me, cada vez mais, pela positiva quanto mais avanço no livro. E quantas expectativas já não matei ...!